3º Festival Baobá – Projeto Imbondeiro 2025 https://festivalbaoba.com.br 🌍 "ANCESTRALIDADE & SABEDORIA" 🌿 Sat, 26 Apr 2025 13:38:42 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8 https://festivalbaoba.com.br/wp-content/uploads/2025/02/cropped-baoba-removebg-preview-32x32.png 3º Festival Baobá – Projeto Imbondeiro 2025 https://festivalbaoba.com.br 32 32 A SABEDORIA QUILOMBOLA COMO PATIMÔNIO CULTURAL https://festivalbaoba.com.br/a-sabedoria-quilombola-como-patimonio-cultural/ https://festivalbaoba.com.br/a-sabedoria-quilombola-como-patimonio-cultural/#respond Sat, 26 Apr 2025 13:38:42 +0000 https://festivalbaoba.com.br/?p=782 Ancestralidade e Sabedoria Quilombola

A ancestralidade e a sabedoria quilombola são temas ricos e complexos que refletem a resistência, a cultura e a identidade dos povos afro-brasileiros. Os quilombos, comunidades fundadas por africanos escravizados que fugiram da opressão, são espaços de preservação cultural e histórica. Neste artigo, exploraremos a importância da ancestralidade e da sabedoria quilombola na sociedade contemporânea.

Origem e Significado dos Quilombos

“É importante ver que, hoje, o quilombo traz pra gente não mais o território geográfico, mas o território a nível duma simbologia.”

(Beatriz Nascimento)

Os quilombos surgiram no Brasil durante o período colonial como refúgios para africanos escravizados que escapavam das plantações e minas. Esses espaços se tornaram símbolos de resistência e liberdade. A palavra “quilombo” tem origem no termo “kilombo,” da língua quimbunda, falada em Angola, que significa “acampamento” ou “fortaleza”.

Importância Cultural

“A Terra é meu quilombo. Meu espaço é meu quilombo. Onde eu estou, eu estou. Quando eu estou, eu sou.”

(Beatriz Nascimento)

Os quilombos preservam tradições culturais, linguísticas e religiosas que foram trazidas da África. Eles são guardiões de práticas como o artesanato, a culinária, a música e as danças tradicionais, que são passadas de geração em geração.

Sabedoria Quilombola

“Quilombo é uma história. É uma palavra que tem história!”

 (Beatriz Nascimento)

A sabedoria quilombola está enraizada na conexão com a natureza, na solidariedade comunitária e na resistência pacífica. Os quilombolas têm uma relação íntima com a terra, utilizando práticas sustentáveis de cultivo e manejo ambiental que são exemplos valiosos de sustentabilidade.

Educação e Transmissão de Conhecimentos

“Vozes do quilombo somos nós!”

(Márcia Pena)

O conhecimento é transmitido oralmente, por meio de contação de histórias, cantigas e lendas. Essa forma de educação fortalece os laços comunitários e preserva a identidade coletiva. As lideranças quilombolas, muitas vezes, assumem o papel de mestres e conselheiros, guiando as novas gerações.

Desafios e Reconhecimento

“Nosso chão, nossa história que resiste em você – nós.”

(Márcia Pena)

Apesar de sua rica contribuição cultural, as comunidades quilombolas enfrentam desafios significativos, como a luta por reconhecimento legal, acesso a terras e direitos básicos. O reconhecimento oficial das terras quilombolas é crucial para a preservação de suas culturas e modos de vida.

Ações para Preservação

“Quilombo sempre!”

(Márcia Pena)

É fundamental apoiar políticas públicas que visem a proteção e valorização das comunidades quilombolas. Organizações não governamentais, instituições de ensino e a sociedade civil podem desempenhar papéis importantes na promoção da inclusão e do respeito aos direitos quilombolas.

Conclusão

A ancestralidade e a sabedoria quilombola são tesouros para humanidade, que enriquecem a cultura brasileira e oferecem lições valiosas sobre resistência, sustentabilidade e humanidade – ancestralidade. Ao reconhecer e valorizar essas contribuições, podemos construir uma sociedade mais justa e inclusiva, onde a diversidade cultural é celebrada e respeitada.

Márcia Pena

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O autoritarismo e a violência histórica brasileira https://festivalbaoba.com.br/o-autoritarismo-e-a-violencia-historica-brasileira/ https://festivalbaoba.com.br/o-autoritarismo-e-a-violencia-historica-brasileira/#respond Thu, 03 Apr 2025 22:28:33 +0000 https://festivalbaoba.com.br/?p=774 A história brasileira é marcada por uma série de acontecimentos que prova
objetivamente a sua face violenta e autoritária, e para provar essa afirmativa que aqui comento,
vou enumerar nesse texto diversos fatos que comprovam isso, usando a vertente da resistência
ancestral que demonstra claramente essa exploração violenta, tendo em vista que, se tem
resistência, logo, se tem violência, pois nenhum ser humano é resistente a algo que seria bom
e prazeroso a ele.


Os habitantes ancestrais de nossa terra Brasilis, viviam aqui, segundo Eduardo Góes
Neves (2022, p.184) “há pelo menos 12 mil anos, há tanto tempo quanto em outras partes da
América”, logo, concluímos que as tribos tinham suas culturas próprias assim como seus
modelos sociais de sobrevivência.

Já em relação ao povo africano que foi trazido pra cá de forma escrava, não temos
dúvidas quanto à violência e autoritarismo enfrentados por estes, tendo em vista que a
exploração do ser humano como coisa, ou melhor, a coisificação do ser humano já demonstra
por si só a violência em si.


Contextualizando esse raciocínio anterior podemos dizer que a resistência indígena e
africana se refere às diversas formas de luta e enfrentamento que os povos indígenas e africanos
desenvolveram ao longo da história contra a colonização, a escravidão, a exploração e a
opressão impostas pelos colonizadores europeus. Essa resistência ocorreu em diferentes
contextos e assumiu múltiplas formas, desde revoltas armadas até estratégias culturais e
religiosas de preservação de identidades e tradições.

A resistência indígena começou logo após a chegada dos europeus no final do século
XV. Os povos indígenas enfrentaram a invasão de seus territórios, a escravização, a conversão
forçada ao cristianismo e a destruição de suas culturas.
Esses confrontos se deram de diversas formas, desde as revoltas armadas dos tamoios,
guaranis e tupinambás aos confrontos culturais, que muitas tribos preservaram em forma de
rituais religiosos, utilização de ervas e até mesmo de sua linguagem, provando assim que a
resistência pode ser silenciosa.

Essa resistência a violência e ao autoritarismo do colonizador, também teve seus
momentos de alianças estratégicas, assim como fugas, fugindo do controle colonial para
formarem comunidades autônomas como os “quilombos indígenas”. O que foi constatado por
Neves (2022) em seu texto: “Do mesmo modo, embora a colonização europeia tenha causado um impacto violento nos modos de vida antigos dos povos indígenas…. e são resultantes históricas de eventos marcados por conflito, aliança, fuga ou abandono…” (Neves, 2022, p.189)

Quanto a resistência africana, ocorreu tanto no continente africano quanto nas
Américas, onde milhões de africanos foram escravizados e trazidos à força. Assim surgiram as
revoltas como por exemplo a dos Malês em 1835, a formação dos quilombos, a resistência
cultural, assim como no caso dos indígenas, pela preservação das raízes religiosas, linguísticas,
de danças e musicais como por exemplo o samba.

Com todo esse arcabouço histórico podemos constatar que nossa terra, desde seu dito:
“descobrimento” pelos europeus vem sofrendo com esse autoritarismo típico dos exploradores,
que entendem ter uma superioridade diante dos povos ancestrais, o que demonstra a total
inferioridade intelectual europeia, tendo em vista a grande preservação ambiental que os povos
precursores da humanidade desempenharam e ainda desempenham.

Por essa e outras razões Davi Kopenawa e Bruce Albert (2015) descrevem o povo
branco como os “comedores de terra” e situa eles como exploradores da natureza e destruidores
da vida, que pela sanha do capitalismo acabam por violentar a natureza e consequentemente a
vida.

Já em relação a escravidão afro-brasileira, a violência teve um impacto crucial para a
formação de uma sociedade hierarquizada, com base na cor da pele, onde os descendentes de
africanos ocupam, em grande parte, as camadas mais pobres da população. Atualmente, há
debates sobre a necessidade de políticas de reparação histórica, como cotas raciais em
universidades e concursos públicos, além de iniciativas para valorizar a cultura afro-brasileira
e combater o racismo estrutural.

A resistência indígena e africana ao autoritarismo e violência europeus, deixou um
legado profundo na formação das sociedades contemporâneas. Ela contribuiu para a luta pelos
direitos humanos, a valorização das culturas indígenas e africanas, e a construção de
identidades nacionais mais plurais e inclusivas. Hoje, movimentos sociais continuam a lutar
pelo reconhecimento e reparação histórica desses povos, destacando a importância de sua
resistência na construção de um mundo mais justo e igualitário.

Alexandra de La Torre

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MAIS DE 20 ANOS DA LEI 10.639 – Será que o Brasil, aprendeu alguma coisa? https://festivalbaoba.com.br/mais-de-20-anos-da-lei-10-639-sera-que-o-brasil-aprendeu-alguma-coisa/ https://festivalbaoba.com.br/mais-de-20-anos-da-lei-10-639-sera-que-o-brasil-aprendeu-alguma-coisa/#comments Fri, 28 Feb 2025 21:00:33 +0000 https://festivalbaoba.com.br/?p=708

O relógio desperta. O Brasil se espreguiça, boceja, olha para o espelho e… não se reconhece.
O reflexo é um borrão de histórias mal contadas, memórias apagadas e nomes esquecidos.

Lá se vão mais de vinte anos desde que a Lei 10.639 ergueu sua voz, soprando um vento quente sobre as páginas dos livros escolares. “Ensinem sobre a África”, ela pediu. “Ensinem sobre Zumbi, Carukango, Carolina Maria de Jesus, Dandara e Luís Gama. Contem a história inteira.”

Mas o tempo passou, e a lei, coitada, segue como um baobá recém-plantado em solo árido, forte e resistente, mas cercado por um país que nem sempre rega suas raízes.

Porque ensinar História da África e Cultura Afro-brasileira não deveria ser um favor, um rodapé no currículo, uma concessão. Deveria ser como o tambor: pulsante, presente, inegociável.

Mas aí surgem os fantasmas do passado, sussurrando desculpas velhas e mofadas:

— Ah, mas racismo no Brasil nem existe mais!
— Escravidão? Foi há muito tempo, supera!
— Educação é neutra, pra que isso?

Neutra pra quem? Neutra como?
Neutro é o que não pulsa. E o Brasil pulsa, mesmo quando tenta se fazer de surdo.

O resultado? Crianças negras crescendo sem ver seus rostos refletidos nos livros. Adolescentes sem saber que a matemática africana existia antes de Pitágoras. Adultos sem entender que o samba, o blues e o jazz não surgiram do nada, mas do choro contido de um povo que transformou corrente em melodia.

A Lei 10.639 tenta dançar no salão da educação, mas ainda pisa em um chão escorregadio. O Brasil gosta do ritmo negro, mas reluta em aprender seus passos.

Mas, ah, há quem dance!
O Conexão Mulher Internacional borda histórias de força e resiliência, conectando mulheres como fios de um grande tecido ancestral. Elas falam de identidade, de transformação, de um futuro onde cada menina preta possa se olhar no espelho e se ver inteira.

E o 3º Festival Baobá – Projeto Imbondeiro? Ah, esse é o vento quente que espalha sementes de consciência. Nos tambores, na poesia, na arte, o festival nos lembra que somos raízes e galhos, somos pretérito e futuro, somos os sonhos que nossos ancestrais tiveram coragem de sonhar.

Porque se a Lei 10.639 ainda engatinha, a Consciência Negra já dança, já corre, já voa.
E cedo ou tarde, a História – que não é neutra, nem muda – cobrará a fatura.

O Brasil está aprendendo? Talvez.
Mas uma coisa é certa: o nosso baobá segue crescendo e suas raízes este ano chegarão a África!

Gilson SouzaProfessor e Psicanalista

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Ancestralidade & Sabedoria https://festivalbaoba.com.br/ancestralidade-e-sabedoria/ Fri, 28 Feb 2025 15:00:01 +0000 https://bizbergthemes.com/fully-green-lite/?p=380

Projeto Imbondeiro

Imbondeiro ou embondeiro, é o nome comum de várias espécies de árvores do gênero Adansonia. Um gênero de plantas com flor que agrupa as espécies de árvores das regiões tropicais áridas e semiáridas, também conhecidas como baobá ou calabaceiras.

O nome Adansonia digitata, é uma homenagem a Michel Adason (1727 – 1806), naturalista e explorador francês, que descreveu essa espécie de planta africana, rica em significados, pois ocorre em regiões sazonalmente e são decíduas, deixando cair suas folhas durante a estação seca, destacando-se pela capacidade de armazenamento de água, nos tecidos dos troncos, podendo chegar a 100, 200 litros! uma reserva hídrica, que permite a sobrevivência de muitos em áreas secas. Um tronco do imbondeiro pode ser abraçado por cerca de 50 pessoas!

O imbondeiro é uma das mais imponentes e simbólicas árvores de Angola, representando a ancestralidade e memória de uma comunidade, onde as raízes representam a ancestralidade e memória, o tronco as crianças e os jovens em crescimento. Quanta riqueza… a filosofia africana.

Ter no Conexão Mulher Internacional, esse Projeto de Ancestralidade & Sabedoria, nos conecta com a ancestralidade, traz possibilidades e movimenta saberes, para Lei 10.639/03 e Lei 11.645/08 que urge conectar o Brasil com sua história e missão no PLANETA.

A educação transformando realidades, trazendo a história como ela é, ouvindo os Griots, possibilitando o resgate e respeito a quem estava aqui antes de nós!

O Projeto Imbondeiro tem a ousadia de trazer as Vozes do Quilombo, Trançar ideias, e convidar a todos os Griots do século XXI, a resgatarem o papel de ser o guardião dessa oralidade no RETORNO À ÁFRICA,
beber, comer, viver, pisar no chão do BERÇO da humanidade, conversando, trocando ideias e entendendo a história que os livros não registraram, e que muitas vezes silenciadas trouxeram equívocos e conflitos de informações, resultando num apagamento cultural!

Fazer parte dessa conexo ancestral é conhecer a si mesmo!

Márcia Pena & Alexandra de La Torre

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